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A história do hidroavião / António Lobo Antunes ; il. Vitorino

Main Author Antunes, António Lobo, 1942- Secondary Author Vitorino, Salomé, 1942 Publication Lisboa : Contexto, 1994 Description [18] p. : il. ; 34 cm Series Contexto & imagem , 27 ISBN 9725751892 Abstract "Era uma vez um homem sentado diante de casa, a olhar o rio. Casa é maneira de falar porque não se pode chamar casa a uma barraca de tábuas costuradas com arame e reforçadas de placas de cartão, com um pedaço de zinco a servir de telhado. Mas nessa parte da cidade, em Cabo Ruivo, ao pé dos fumos da Siderurgia, quem tinha chegado de África, como o homem, sem mais roupa que a do corpo e sem mais bagagem que um baralho de cartas, era dessa forma que se governava. O Boeing de Angola desembarcava em Lisboa as pessoas fugidas à guerra, e no dia seguinte lá andavam elas, truca truca, truca truca, a martelar cabanas num baldio de ervas frente aos vapores do Tejo, entre armazéns ao abandono e um hidroavião que era um esqueleto de morcego, com a pele de lona a desfazer-se debaixo da surpresa das gaivotas.(...)" Uma comovente história de amor e saudade por África e uma estranha viagem de hidroavião sobre Lisboa, ilustrada por um músico, Vitorino CDU 087.5
821.134.3-93"19/20"
821.134.3-34"19/20"
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Monografia BE Diogo Bernardes
82-93 ANTA Available D00023719

"Era uma vez um homem sentado diante de casa, a olhar o rio. Casa é maneira de falar porque não se pode chamar casa a uma barraca de tábuas costuradas com arame e reforçadas de placas de cartão, com um pedaço de zinco a servir de telhado. Mas nessa parte da cidade, em Cabo Ruivo, ao pé dos fumos da Siderurgia, quem tinha chegado de África, como o homem, sem mais roupa que a do corpo e sem mais bagagem que um baralho de cartas, era dessa forma que se governava. O Boeing de Angola desembarcava em Lisboa as pessoas fugidas à guerra, e no dia seguinte lá andavam elas, truca truca, truca truca, a martelar cabanas num baldio de ervas frente aos vapores do Tejo, entre armazéns ao abandono e um hidroavião que era um esqueleto de morcego, com a pele de lona a desfazer-se debaixo da surpresa das gaivotas.(...)"

Uma comovente história de amor e saudade por África e uma estranha viagem de hidroavião sobre Lisboa, ilustrada por um músico, Vitorino

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