Item type | Current location | Call number | Status | Date due | Barcode |
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Monografia | BE Diogo Bernardes | 82-93 ANTA | Available | D00023719 |
"Era uma vez um homem sentado diante de casa, a olhar o rio. Casa é maneira de falar porque não se pode chamar casa a uma barraca de tábuas costuradas com arame e reforçadas de placas de cartão, com um pedaço de zinco a servir de telhado. Mas nessa parte da cidade, em Cabo Ruivo, ao pé dos fumos da Siderurgia, quem tinha chegado de África, como o homem, sem mais roupa que a do corpo e sem mais bagagem que um baralho de cartas, era dessa forma que se governava. O Boeing de Angola desembarcava em Lisboa as pessoas fugidas à guerra, e no dia seguinte lá andavam elas, truca truca, truca truca, a martelar cabanas num baldio de ervas frente aos vapores do Tejo, entre armazéns ao abandono e um hidroavião que era um esqueleto de morcego, com a pele de lona a desfazer-se debaixo da surpresa das gaivotas.(...)"
Uma comovente história de amor e saudade por África e uma estranha viagem de hidroavião sobre Lisboa, ilustrada por um músico, Vitorino
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